quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Motivação

Introdução

A área da motivação pertence especificamente à psicologia, embora a teoria administrativa se baseia nela para criar condições aplicabilidade dos seus conceitos na vida organizacional.
O estudo da motivação é base central das relações de uma organização, dado que é um dos factores mais influentes nas atitudes e no comportamento, estando subjacente a vários processos psicológicos como aprendizagem, pensamento, memória, esquecimento, percepção, emoções, personalidade, responsabilidade, dedicação…
A motivação será um conjunto de forças que mobilizam e orientam a acção de um organismo em direcção a determinados objectivos. Segundo alguns autores como, por exemplo, Vroom, a motivação dirige a acção para uma categoria de objectos que satisfazem a necessidade.

Teorias de conteúdo da Motivação

Teoria da Hierarquia das Necessidades

Segundo Abraham Harold Maslow, as necessidades humanas estariam organizadas numa hierarquia, representadas numa pirâmide, em que na base estariam as necessidades fisiológicas e, no cume, as necessidades mais elevadas, como as de auto-realização. Após satisfeitas as necessidades básicas, o indivíduo ascenderia a outras mais complexas e, se no decurso da sua existência não houvesse obstáculos, progrediria até ao topo. Esta pirâmide ficaria designada como “Pirâmide de Maslow”.





Pirâmide de Maslow:


Necessidades de Auto – realização

Necessidades de Estima

Necessidades de Afecto e de Pertença

Necessidades de Segurança

Necessidades Fisiológicas


1 – Necessidades Fisiológicas:
São consideradas necessidades fisiológicas, a fome, sede, sono, evitamento da dor, desejo sexual. É a satisfação destas necessidades que domina o comportamento do ser humano. As necessidades de segurança só surgem se estas estiverem satisfeitas. Assim se explica que as pessoas esfomeadas arrisquem a vida para conseguir alimento.

2 – Necessidades de Segurança:
Estas manifestam-se na procura de protecção em relação ao meio, assim como na busca de um ambiente estável e ordenado. O perigo físico provoca insegurança e ansiedade dominando o comportamento do indivíduo. Uma pessoa com medo prescinde da relação com os outros. Os motivos da estima surgem só quando a pessoa se sente segura.

3 – Necessidades de Afecto e Pertença:
São manifestadas através do desejo de associação, participação e aceitação por parte dos outros. Nos grupos a que pertence, o indivíduo procura o afecto e aprovação.

4 – Necessidades de Estima:
Segundo Maslow, estas assumem duas expressões: desejo de realização e competência e o estatuto e desejo de reconhecimento, ou seja, as pessoas desejam ser competentes, desenvolver actividades com sucesso e ser reconhecidas através do seu mérito pessoal A satisfação da necessidade de estima, desenvolve no indivíduo sentimentos de auto-confiança e a frustração gera sentimentos de inferioridade.

5 – Necessidades de Auto-Realização:
Se no decorrer do percurso que vai da base ao topo, todas as necessidades estiverem satisfeitas, a necessidade de auto-satisfação manifestar-se-á, ou seja, a necessidade de realização do potencial de cada um, a concretização das capacidades pessoais será manifestada.

Essa realização varia de indivíduo para indivíduo. As pessoas que procuram a auto-realização apresentam algumas características comuns de personalidade: são independentes, criadoras, resistem ao conformismo, aceitam-se a si próprias e aos outros.
Maslow considerava que vários indivíduos na nossa sociedade não realizavam a sua necessidade de auto-realização, daí a apatia e alienação.

A concepção apresentada pelo autor, fundamenta-se numa concepção optimista da natureza humana. Contudo, algumas críticas são avançadas. Muitos autores puseram em causa a universalidade da pirâmide, segundo a qual todos os seres humanos hierarquizariam do mesmo modo as suas necessidade. São muitas as excepções: por questões de dignidade, uma pessoa com dificuldade pode não aceitar um apoio económico; a asceta isola-se dos outros motivado por necessidades mais elevadas; o prisioneiro político faz greve de fome…
A organização das motivações depende de factores individuais, dos grupos em que a pessoa se integra, das situações que se vivem, das experiências anteriores. A própria ideia de hierarquia estaria em causa, porque uma necessidade não desaparece por ter sido satisfeita. Contudo, é inegável a importância da teoria de Maslow para compreender a motivação. As suas principais conclusões têm encontrado várias aplicações, sobretudo ao nível da organização do trabalho.

Teoria dos dois Factores

Esta teoria esta incorporada na teoria do conteúdo da motivação, desenvolvida por Frederik Hergberg, com base num estudo efectuado sobre satisfação de necessidades e o seu impacto na motivação de engenheiros e contabilistas.
Para se poder efectuar o seu estudo, Herzberg pediu a esses mesmos engenheiros e contabilistas, que reflectissem sobre situações no seu trabalho, em que se sentiram bem e mal e consequentemente as situações que causaram tais sentimentos.
Como é de esperar, muitas foram as situações que causaram tais sentimentos, mas apesar de tal, foi-lhe possível tirar duas conclusões. A primeira conclusão de Herzberg suscitou-se quando notou que muitos dos factores tinham sido identificados pelos gestores de como podendo motivar os seus subordinados, mas que de facto contribuíram de uma forma mais intensa para o descontentamento quando este não estavam presentes, Herzberg chamou-lhes factores de manutenção.
Alguns destes factores são relações interpessoais entre colegas, entre superior e subordinados e vice-versa, salário, vida pessoal, entre outros.
A segunda conclusão diz respeito a algumas condições de trabalho que se traduziu em altos níveis de motivação e satisfação no trabalho e quando estes não estão particularmente presentes, o caminho para a satisfação aumentar gradualmente.
A esta conclusão Herzberg nomeou seis gestores de motivação ou de satisfação, tais como, realização, reconhecimento, progresso, responsabilidade, possibilidade de valorização pessoal e o próprio trabalho.
Em suma, concluímos que os gestores de manutenção causam muita insatisfação quando não estão presentes, mas não são geradores de uma forte motivação quando estão presentes. Numa outra perspectiva, os factores do segundo grupo conduziu a uma forte motivação e satisfação quando presentes, mas não causa insatisfação quando ausentes.
Uma das grandes descobertas deste estudo, reflecte que quando os empregados se encontram extremamente motivados têm uma grande tolerância para suportar a insatisfação derivada pelos factores de manutenção, mas é importante frisar k o contrario não é verdadeiro.
Em tempos os gestores usavam a compensa monetárias, regalias sociais e melhores condições de trabalho, mas a verdade é que os resultados dessas acções não contribuiu para que os subordinados trabalhassem mais arduamente. Concluísse então, que os factores de manutenção não podem ser centralizados pelos gestores, mas sim usar factores motivadores, e então assim, a motivação ocorrerá.

Teoria E.R.C.

A teoria E.R.C., foi elaborada por Alderfer. Esta teoria baseia-se em modificar e simplificar a hierarquia das necessidades de Maslow.
Alderfer simplificou as necessidades de Maslow apenas em três grupos sendo estes:
- Necessidades de existência: Baseiam-se nas necessidades fisiológicas de Maslow. Consiste em necessidades de sobrevivência, de bem estar fisíco do ser humano;
-Necessidades de Relacionamento: é um desejo que o ser humano tem em solicitar, em se relacionar com outras pessoas;
-Necessidades de Crescimento: é um desejo de maximizar as suas aptidões e desenvolvimento humano.

A Teoria de Alderfer não é uma teoria rígida, isto é, uma necessidade inferior pode ser adiada quando uma necessidade superior não for satisfeita, e mais do que uma necessidade pode ser satisfeita ao mesmo tempo.
Ou seja, qualquer ser humano pode estar direccionado para as várias necessidades ao mesmo tempo, para o relacionamento, crescimento e existência.

Teoria das necessidades Aprendidas

Mcclelland desenvolveu uma teoria, onde diz que, ao longo da vida, as pessoas vão adquirindo e apreendendo necessidades humanas:
Tal como Maslow e Alderfer, a teoria de Mcclelland vai incidir sobre 3 necessidades básicas:
-Necessidades de Realização: Pessoa que tem por gosto o trabalho, gosta de assumir responsabilidade e traça as suas metas com vista á sua realização. O seu maior desejo é ser execelente, ou seja, ser sempre mais e melhor eficiente;
-Necessidades de Poder: é uma necessidade de poder, de autoridade. A pessoa que possui esta necessidade, tenta controlar e dominar as outras, isto pode ser positivo, ou negativo. Positivo, quando este tem comportamentos persuasivos e inspiradores. Negativo, quando tenta dominar e submeter as outras pessoas;
-Necessidades de Afiliação: A amizade e o bom relacionamento social, é importante este tipo de pessoas, pondo o relacionamento social á frente da realização pessoal.

As experiências, influenciam o comportamento de cada pessoa na sociedade, que fazem desenvolver padrões únicos de necessidades que afectam o seu desempenho. A teoria desenvolvida por Mcclelland permite que cada administrador descubra essas necessidades dentro de si e as necessidades dos seus subordinados com vista a criar e desenvolver um bom ambiente de trabalho que priveligie os perfis de necessidades localizados.
Mcclelland identificou uma vertente interessante sobre o perfil dos Administradores bem sucedidos, no qual conclui que, existe uma necessidade de poder e uma baixa necessidades de afiliação. A vontade de exercer poder sobre os outros é de tal forma importante, que leva o administrador a não se preocupar se está a ser desagradável ou não, ou seja, poder acima do bom relacionamento social.

Teorias do Processo da Motivação